domingo, 15 de agosto de 2010

aninhado

(me desculpa, texto. você não merecia ser escrito agora. desculpa mesmo. mas se não fosse agora, não seria nunca - melhor assim, bem meia-boca do que morto dentro de mim, né?)

Hoje quero dormir tranquilo. Tranquilo feito um passarinho azul encarapichado no alto de uma árvore num sítio bem simples...

Sabe, vida de passarinho num sítio tranquilo? Assim, levantar com os raios do sol quentinho, desce, pega uma minhoca, volta. Depois vive, tem filhos, e morre, assim, sem muito drama, nas mãos de um bicho maior. De repente - CHUFT! - morreu.

As coisas, simples, nuas, diretas, desse jeito. Afinal, o que são as coisas e os fatos? São somente... acontecimentos. Nada mais. A gente é que dá valor a eles, né? Uma caneta que cai é só uma caneta que cai. Água, água é só água. Um olhar é só um olhar. Um sorriso às vezes é só um sorriso - ué, quem disse que as alegrias e as felicidades tem que ter motivo? Precisa, oxe? Porque ela não pode, simplesmente, chegar, tal qual o passarinho - NHACT - pega a minhoca. Precisa tudo ter motivo, razão ou circunstância?

Não, hoje não. Hoje as coisas são simples. Poderia estar conjecturando, sonhando, com chãos pra pisar, céus e sóis para ver, horas para vivenciar, sensações para sentir, pessoas para tocar, trocar, música pra se cantar... Mas não, hoje não. Hoje quero só sentir o que está ao meu alcance - os tecidos, as temperaturas, as luzes. As falas, os barulhos. Os sonos.

E talvez, também, sonhos. Como somente o que são - sonhos, sonhos, deliciosos sonhos. E nada mais.

Boa noite!

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